Tudo o que você precisa saber sobre a alimentação sem glúten
O glúten tornou-se um elemento muito presente nas conversas sobre alimentação nos últimos tempos. Não por acaso, é cada vez mais comum encontrar nas prateleiras dos supermercados alimentos sem glúten, destinados a quem precisa deles, mas também a quem mais se interessa, principalmente pela crença de que uma dieta sem glúten pode ser mais saudável ou ajudar a emagrecer. Mas será que existe verdade nisso?
Veja abaixo as respostas mais importantes sobre a alimentação sem glúten e para que ela serve:
O que é glúten?
O glúten é uma proteína presente no trigo, centeio, cevada e malte. Na verdade, ele é a junção de dois grupos de proteínas: a gliadina e a glutenina. Alguns exemplos de alimentos com glúten incluem: pães, massas, pizzas, bolos, doces, biscoitos, salgadinhos, barras de cereais, empanados, waffles, sopas, croutons, batata frita industrializada, cerveja, uísque e vodca destilada de grãos.
Se eu tirar o glúten da minha alimentação, vou emagrecer?
Não há evidências científicas que afirmem que a dieta sem glúten traria algum benefício na redução de peso. O fato é que o glúten não é o vilão, mas sim o que vem junto com ele, como o excesso de carboidratos e gorduras consumidas. A chave para ter uma alimentação balanceada e que promova a manutenção ou perda de peso é consumir todos os grupos alimentares com moderação. Nenhum alimento ou nutriente isolado é capaz de fazer engordar ou emagrecer, e sim o conjunto das escolhas alimentares diárias.
O que é a doença celíaca?
É uma doença autoimune potencialmente grave, desencadeada pela ingestão de glúten. Para apresentar intolerância, o indivíduo já nasce com predisposição genética. É uma condição para a vida toda e a maior consequência é que o glúten danifica o intestino delgado, prejudicando a absorção dos nutrientes dos alimentos. Estima-se que cerca de 1% da população mundial seja celíaca. Geralmente aparece na infância, mas pode surgir em qualquer idade.
O glúten é formado por prolaminas, que são tóxicas para celíacos. (Atenção: não se deve iniciar a dieta sem glúten antes da confirmação do diagnóstico da doença celíaca!)
Ainda existe a sensibilidade ao glúten, que ocorre quando o corpo reage mal à proteína, mas o intestino não sofre danos.
Sintomas mais comuns:
• Diarréia crônica (que dura mais do que 30 dias)
• Prisão de ventre;
• Anemia;
• Falta de apetite;
• Vômitos;
• Emagrecimento / obesidade;
• Atraso no crescimento;
• Humor alterado: irritabilidade ou desânimo;
• Distensão abdominal (barriga inchada);
• Dor abdominal.
Alimentos permitidos na dieta livre de glúten
CEREAIS: arroz, milho, painço e os pseudocereais, como quinoa, amaranto e trigo sarraceno.
FARINHAS e FÉCULAS: farinha de arroz, amido de milho, fubá, farinha de mandioca, fécula de batata, farinha de soja, polvilho, araruta, flocos de arroz e milho.
MASSAS: feitas com as farinhas permitidas.
VERDURAS, FRUTAS E LEGUMES: todos, crus ou cozidos.
LATICÍNIOS: leite, manteiga, queijos e derivados.
GORDURAS: óleos e azeites.
CARNES: bovina, suína, frango, peixes, ovos e frutos do mar.
GRÃOS: feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, soja.
SEMENTES OLEAGINOSAS: nozes, amêndoas, amendoim, castanhas do Pará e caju, avelãs, macadâmias, linhaça, gergelim, abóbora, etc.
Diagnóstico e tratamento
Além da avaliação dos sintomas, o médico pedirá exames de sangue e endoscopia. Celíacos necessitam de acompanhamento multidisciplinar, especialmente com gastroenterologistas e nutricionistas. Se houver alguma outra condição associada, é necessário buscar outros especialistas também.
O único tratamento conhecido até o momento é a dieta totalmente sem glúten de forma permanente. Ou seja, o tratamento está na alimentação!
Ao adotar qualquer dieta, cuidado, atenção com a saúde e orientação profissional são essenciais.