Existe hora certa para ser mãe? Quando é a horta certa? Será que estou preparada? Já fiz tudo que gostaria? Vou dar conta? Afinal, cabe a quem decidir? São muitas perguntas na cabeça de milhares de mulheres. O medo é normal, decisões grandes assustam, principalmente quando nos tiram da zona de conforto. E a vinda de uma criança, por mais abençoada que seja, não é fácil.

A minha história é a seguinte: fui mãe aos 22, sem querer. Como sem querer? Eu achava que tinha DIU Mirena, quando na verdade tinha expelido. Azar? Sorte? Chame do que quiser, eu já enxerguei ambos. Tudo é momento, perspectiva. Acontece que sendo assim, por mais que não tenha sido fácil, pelo menos foi uma decisão “tomada por mim”, digamos assim. Eu não precisei pensar, planejar, decidir. Simplesmente aconteceu e a única coisa que eu fiz foi seguir adiante. Não sofri com as dores da escolha, de pensar em tudo que eu ia ganhar ou perder por uma escolha.

A verdade é que a vida é um eterno perde e ganha, faz parte. A cada escolha precisamos  renunciar e nem sempre é fácil, principalmente quando a escolha é na maior parte nossa.  Agora, no dilema do segundo filho, todo e qualquer pensamento me assusta. Mesmo tendo uma filha, nunca precisei fazer isso antes, então não sei lidar tão bem com a situação. Todas aquelas dúvidas e perguntas, das mais fúteis às mais sérias. Das mais egoístas às mais empáticas. Coisas que só a gente, como mãe, entende. Afinal, a barriga que vai crescer, os hormônios que vão se alterar, a vida que vai (principalmente) se transformar… é a nossa!! 

Ainda há quem romantize tanto a maternidade que dá até medo de assumir que SIM,  dá muito medo ter um filho. Sim, às vezes não tenho vontade de sair da minha zona de conforto.  Sim, penso no meu corpo e em todo empenho de re-co-me-çar do zero, com as cólicas e noites mal dormidas. Sim, pensar em passar por um pós-parto de novo me assusta. Sim, tenho medo de não dar conta. De onde vem essa pressão!? Por que tantas dúvidas e medos? Claro que o lado bom é enorme, e até maior, obviamente! Mas isso não significa que os medos não estejam dentro de nós. Ninguém é forte e seguro o tempo todo. E nós, mães, não somos perfeitas!

Desde que eu tive meu AVC com 20 anos (há 5 anos), é como se a vida decidisse por mim. Tudo só aconteceu e eu tive que lutar para não estagnar. Agora, pela primeira vez com uma vida “normal”, sem grandes emoções, tudo conforme planejado, chegou a minha vez de tomar uma decisão. E das grandes! Eu penso, eu decido, eu faço acontecer e aí eu lido com as consequências. Bom… e afinal, o que fazer? Confiar! Em quem me trouxe até aqui, em quem, por algumas linhas tortas, decidiu tão certo por mim até então. Seja o que Deus quiser, no tempo Dele, que é sempre tão perfeito em tudo que faz, apesar de nem sempre entendermos de primeira. Medos e dúvidas continuam, mas confiar já é meio caminho andado! E aí, será que vem uma mini Duda por aí? Não sei e só quero saber na hora certa. Acho que lido melhor com sustos! Rsrsrs. Aguardem cenas dos próximos capítulos! 

Com amor (e um medinho),

Nicole